Publicada em: 05/02/2013
Obrigatoriedade do Novo Acordo Ortográfico só deve entrar em vigor a partir do dia 1º de janeiro de 2016. O Centro Educacional Leonardo da Vinci, no entanto, adota as novas regras desde 2008.
Por muito tempo, a ortografia da língua portuguesa foi alvo de um longo processo de discussão e negociação. Com o intuito de unificá-la e promover a união e a proximidade entre os países que têm o português como língua oficial, no dia 1º janeiro de 2009, passou a entrar em vigência um novo acordo ortográfico.
O período de transição, para que as pessoas pudessem se adaptar às alterações, estava previsto para encerrar em 31 de dezembro de 2012. A data, no entanto, foi prorrogada e a obrigatoriedade da implementação do novo acordo terá vigência apenas a partir do dia 1º de janeiro de 2016.
Com o adiamento de três anos, os processos seletivos escritos que têm provas marcadas a partir de janeiro deste ano e já aplicariam a nova ortografia, tiveram de retificar seus editais. Foi o caso do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), que, no dia 4 de janeiro, esclareceu, por meio de retificação, que as duas normas ortográficas seriam aceitas no certame.
O Centro Educacional Leonardo da Vinci trabalha com a nova ortografia desde 2008. No ano seguinte, passou a adotá-la definitivamente em sala de aula e nos documentos. Para o professor e coordenador de Português, Paulo Medeiros, o ideal, considerando que a obrigatoriedade foi adiada, é continuar ensinando aos alunos a nova ortografia. “Ainda que ela demore a ser oficializada, temos de nos adaptar, já que os processos seletivos voltados à educação, como o PAS, o Enem e o vestibular tradicional, têm adotado as novas regras de escrita”, conclui.
Paulo comenta que o acordo ortográfico não foi muito bem visto por alguns desde o início, principalmente por países que empregam a modalidade europeia do português. “O que ocorre é um projeto de unificação da grafia de alguns termos, que nunca foram barreira para a compreensão na leitura. Costumo dizer que vou ter de reler todos os livros do Saramago, já que - quando os li - ainda estavam compostos com base na ortografia antiga”, brinca.
O professor observa que, em alguns casos, poderão existir problemas para a leitura com a nova ortografia. “Outro dia me peguei relendo e relendo um enunciado em que o verbo para não tinha o acento. Demorei alguns segundos até entender que não se tratava de preposição, em um contexto absolutamente ambíguo”, lembra.