Palestra aborda inovações em sala de aula e as redes sociais.
Inovar e qualificar ainda mais o processo de aprendizagem. Esse é o objetivo do Ciclo de Estudos 2013 realizado duas vezes ao ano no Centro Educacional Leonardo da Vinci. Mais de 370 professores de todas as disciplinas, das três unidades, se reuniram na última sexta-feira (19/7) para planejar o novo semestre, trocar experiências e discutir inovações tecnológicas em sala de aula e o uso das redes sociais.
Neste semestre, em busca de uma docência transformadora, a escola trouxe a especialista em tecnologia de informação e educação à distância, a professora doutora pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP), Marta de Campos Maia. A palestrante falou sobre educação aberta e aprendizagem colaborativa. Com pesquisas sobre o tema, mostrou a evolução das redes e mídias sociais no Brasil, o uso das novas tecnologias entre crianças de cinco a nove anos e o impacto da revolução digital sobre a pedagogia.
De acordo com a especialista, o Brasil é líder em mídias digitais no mundo com mais de 94,2 milhões de brasileiros on-line, e 67% desse contingente utilizando o acesso para educação. Segundo dados de 2010 do Comitê Gestor de Internet no Brasil, o tráfego em sites de redes sociais aumentou 51% em 2010. Marta de Campos Maia ainda revela que 57% das crianças entre cinco e nove anos já utilizaram um computador e 29% já utilizou a internet e participam de redes sociais como orkut e facebook.
Para Marta Maia, é preciso aguçar o aprendizado e utilizar instrumentos e plataformas que estendam o ambiente da sala de aula, ampliando o momento presencial para toda a semana. Porém, a especialista também faz um alerta para a segurança do uso desses novos instrumentos e os cuidados que professores, pais e alunos devem ter. “A dificuldade maior é determinar um limite entre o que é lúdico e o que é o aprendizado. O professor pode, por exemplo, criar um grupo dentro do facebook com atividades mais sérias. Dessa forma, o aluno vai ter que saber separar o momento de brincar e marcar encontro com os amigos do processo de aprendizado”, alerta. Ainda segundo Marta, além dos professores, os pais também devem estar envolvidos nessa tarefa. “Hoje, o que os alunos postam e como se comportam nas redes sociais é uma preocupação para os pais por causa das informações que os mesmos deixam em aberto nas redes sociais. Os pais têm de se conscientizar que isso é um problema e, a partir daí, podem controlar melhor esse acesso e se tornarem aliados desse processo. Mas apesar de tudo isso não acontecer de imediato, temos um caminho muito bacana pela frente”, explica.
E com tanta mobilidade e facilidade de acesso à internet e a novos conteúdos surgem cada vez mais possibilidade de uso de novas formas de aprendizado. “O futuro está relacionado à aprendizagem colaborativa. A facilidade em acessar conteúdos tem permitido novas formas de aprendizagem que não estão só localizadas dentro dos muros ou dos espaços geográficos das escolas. Podemos ter acesso a tudo isso fora do ambiente escolar. Utilizar, por exemplo, uma rede social gerando um desafio aos alunos e fazendo a ligação desses conteúdos que já estão abertos fora da escola com atividades relacionadas à sala de aula. Isso pode expandir e maximizar o contato com o aluno e o aprendizado em relação à disciplina ou ao conteúdo a ministrar. Temos muitos desafios e chegar a uma fórmula mágica não é algo simples. Mas temos muitos professores criativos, com muita boa vontade e habilidades relacionadas à tecnologia”, relata Marta Maia.
Para a diretora pedagógica da Unidade Norte do Centro Educacional Leonardo da Vinci, Maria Aparecida de Souza Menezes Lima, o impacto dessas inovações tecnológicas muda a forma de trabalhar a educação. “Poderemos utilizar a tecnologia a favor do processo de ensino e aprendizagem. Não temos como negar as inovações e precisamos trabalhar e compartilhar esse aprendizado mútuo. Ensinaremos e aprenderemos com os alunos também, porque são, como disse a palestrante Marta Maia, nativos digitais, e temos muito o que aprender com eles”. Já o professor Robert de Alencar Cunha, coordenador de Física do Centro Educacional Leonardo da Vinci, explica que a tecnologia é um grande estimulador e facilitador do aprendizado. Envolvido no processo de aplicação dos livros digitais na escola, ele afirma que o uso das novas tecnologias poderá resgatar o livro didático, trazendo para perto do aluno o conhecimento de uma maneira muito mais moderna e muito mais próxima da linguagem atual. “Os livros digitais são o futuro e o uso dessas inovações precisam estar inseridas no projeto pedagógico da escola. Esse é o nosso grande desafio. E o Leonardo da Vinci está pesquisando e conhecendo todo esse processo para desenvolver, além da tecnologia de livros digitais, uma consciência sobre o tema na escola”, conta.
A especialista Marta Maia complementa: “Acho que o livro digital é um grande avanço. O conteúdo em papel impresso tende ao desuso e as editoras sabem dessa nova realidade. Os jornais e as revistas de todo o mundo já estão passando por essa grande transformação. A escola ganha uma expertise mportante nesse momento e, ao longo do processo de implantação dos livros digitais, poderão aprimorar os conteúdos, que terão muita qualidade, com toda a interatividade e praticidade que as imagens e vídeos proporcionam, prendendo muito mais a atenção do aluno”, finaliza.
A palestrante Marta de Campos Maia, Administradora de Empresas pela FAAP e Doutora pela FGV-EAESP, atuou como Coordenadora de Educação à Distância da FGV-EAESP e Coordenadora de Tecnologia Aplicada à Educação da FAAP e da FGV-EAESP. Atua como Professora da FGV-EAESP nos cursos de graduação e de pós-graduação e no INSPER nos MBA Executivos. Trabalha como palestrante e como consultora de empresas e de instituições de ensino desde 1998. Conselheira da Associação Brasileira de Educação à Distância, é autora de capítulos de livros e de dezenas de artigos, pesquisas e trabalhos sobre Tecnologia de Informação e educação à Distância, publicados no Brasil e no exterior. É parecerista dos periódicos Revista de Administração de Empresas (RAE) da FGV, da Revista Pro-posições da FE-UNICAMP, da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos do INEP e da Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e à Distância (RBAAD) da ABED. Atua como assessora científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
VOLTAR PARA OS ACONTECIMENTOS