Publicação: 15/10/2013
O professor José Milton Melo é sempre lembrado pela doutora em matemática Ana Maria Menezes como o grande responsável por seu interesse pela disciplina. O encontro inicial ocorreu quando ela cursava o nono ano (antiga oitava série) do ensino fundamental no Colégio Estadual Murilo Braga, no município de Itabaiana, região central de Sergipe, e prosseguiu durante todo o ensino médio.
“Sempre tive certa facilidade em matemática, mas até conhecer o professor Milton não tinha noção de quão bonita ela é”, diz Ana Maria. “Ele sempre me estimulava a ir além no estudo da matéria e passava problemas interessantes e desafiadores”, salienta. Ela avalia as aulas do professor como motivadoras. “Ele gostava de explicar o porquê das coisas.”
Ana Maria é doutora em matemática pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Ela recorda que José Milton tinha mais confiança no potencial da aluna do que ela própria. “Sem seu estímulo, sem suas aulas esclarecedoras e motivadoras, não sei se eu teria feito a graduação em matemática”, afirma. “Quando eu disse a ele que iria fazer o curso, ele me aconselhou a seguir em frente, não parar na graduação.”
Com licenciatura pela Universidade Federal de Sergipe e mestrado pela Universidade Federal de Alagoas, Ana Maria faz pós-doutorado na Université Paris-Est Marne-la-Vallée, na França, com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Um bom professor pode mudar completamente a vida de um aluno, como o professor Milton mudou a minha”, diz. Ela pretende conciliar o trabalho de professora com o de pesquisadora.
Na visão de Ana Maria, o professor que demonstra pouco entusiasmo pela disciplina, deixa de explicar a razão das coisas, só apresenta fórmulas e obriga o aluno a resolver equações sem entender para que servem torna a aula realmente desinteressante. “Esse professor não está fazendo seu papel, que é de mostrar a beleza e a importância da disciplina e motivar o aluno a continuar e aprofundar os estudos”, enfatiza. “Um professor estimulado, que gosta do que faz e tem prazer em ver os alunos aprendendo pode passar essa energia aos estudantes e atrair o interesse deles para a disciplina.”
Diálogo
Professor da educação básica das redes pública e particular de ensino de Sergipe desde 1997, José Milton defende a importância do diálogo entre professores e alunos. Ele salienta que o professor precisa despertar a capacidade que os estudantes têm para crescer a partir do conhecimento. “Costumo, ao conversar com os alunos, mostrar que eles têm muita capacidade. Basta acreditarem em si próprios para superar as dificuldades e traçar um objetivo”, explica.
É importante, de acordo com José Milton, que o professor estimule os alunos e que a família e a comunidade escolar participem desse processo. “Em um trabalho conjunto, as deficiências podem ser superadas, e o estudante tem como se preparar para absorver o conhecimento que levará por toda a vida”, destaca.
Licenciado em matemática, com pós-graduação em educação matemática, José Milton é professor do curso pré-vestibular da rede pública em projeto desenvolvido pela Secretaria de Educação do estado.
Fonte: MEC (14/10/2013)