Publicação: 03/11/2013
Pais e escolas se unem para formar alunos mais conscientes sobre o meio ambiente, a diversidade e o respeito ao próximo. Programas e projetos contam com a ajuda dos pais para ensinar e despertar o interesse dos estudantes.
A participação dos pais é essencial para desenvolvimento dos alunos. Muitas vezes, as tarefas do dia a dia não permite estar na escola das crianças tanto quanto é preciso. Então as escolas do DF estão criando oportunidades para ter os pais mais presentes na instituição.
É o que acontece com alguns pais, que para ficar mais próximos dos seus pequenos, levam seus conhecimentos profissionais para a escola. Pensando nisso, a pediatra Yanna de Mattos em parceria com o colégio Moraes Rêgo, onde os filhos, Beatriz, do 3º ano do ensino fundamental e Daniel, do primeiro jardim estudam. “Era uma palestra sobre profissões para as crianças do 3º ano do ensino fundamental e eu fui falar sobre a minha. Levei meus objetos de trabalho e as crianças começaram a fazer perguntas sobre o ofício da medicina. Hoje em dia, os pais terceirizam demais todas as coisas e na verdade essa responsabilidade deve ser partilhada. Essa sintonia dos pais com escola é fundamental na formação cidadãos”, relata.
Hebert Tavares, sócio proprietário do Sumô da 204 Sul e pai dos alunos Hana, do 2º ano e Victor do 3º ano do ensino fundamental, conta que no início do próximo ano começa o projeto gourmet, ‘Sushi da Escola’, no Moraes Rêgo. “Iremos levar dois profissionais e as crianças vão moldar pratos e servir aos pais o produto feito por elas. A ideia é entrar em contato com um produto mais natural possível”, informa. Para o empresário, o aprendizado se complementa de vários pontos. “O Moraes Rêgo tenta resgatar um pouco das artes manuais e trazer visões externas e diversificar o ensino”, conclui.
Contato com o meio ambiente
No Centro Educacional Leonardo da Vinci, o projeto Beija-flor conscientiza alunos do 6º ano sobre as questões ambientais. No início do mês, os alunos plantaram ipês em uma chácara no Lago Oeste. Com o objetivo de orientar os alunos quanto aos impactos ambientais antrópicos da atualidade e criar uma responsabilidade socioambiental, o projeto é implantado primeiro em sala de aula e, ao final, demonstrado na prática.
A criadora do projeto, Ana Paula Abi-Chahin, professora do 6º ano do ensino fundamental da unidade da Asa Norte, afirma que o projeto de pesquisa ajudou a promover a cidadania ambiental nos estudantes de forma crítica, reflexiva e conscientizadora nas turmas. “Cada estudante escolheu uma área (espaço-ambiente), documentando-a por meio de imagens e fotografias para construir o conceito de impacto ambiental”, explica.
Durante as aulas de ciências, debates sobre estes impactos promovidos pelo ser humano serviu de base para que cada estudante fizesse uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) com propostas para minimizá-los. Paralelamente, os estudantes usavam a “Calculadora de Emissões” de forma sensibilizadora. “A ferramenta pode ser acessada de forma rápida e bem interessante no endereço http://www.oeco.org.br/calculadora-de-emissoes”, informa. Muitos alunos descobriram que o reflorestamento amenizaria um dos impactos provocados pela alta emissão de CO2 na atmosfera. No dia 1º de novembro, dezenas de mudas de Ipê do Cerrado, doados pelo Instituto Sagres, foram plantadas na chácara de uma das alunas, a Luiza Alves do 6º Ano C. Tanto o pai, Rogério Vianna Júnior e o avô da Luiza, também Rogério, são agrônomos e a mãe Silvia Vianna é bióloga.
“Os pais são parceiros e no caso do Projeto de Pesquisa Beija-flor essa parceria ultrapassou os muros da escola, concretizando-se em uma rica experiência, no dia da culminância do projeto com o plantio das mudas de ipê. Essas experiências fortalecem o aprendizado e as relações interpessoais. Tenho convicção de que além de árvores, a família da Luiza ajudou a plantar boas ações e valores como o do cuidado em cada estudante que esteve na chácara ou que quis muito estar lá naquele dia”, expõe.
“A ideia de participar do Projeto Beija-Flor foi de Luiza, uma vez que, o projeto, ao ser apresentado na sala de aula propunha que os alunos poderiam fazer indicações de locais onde plantar as árvores doadas e que depois haveria uma escolha dos locais mais indicados. Então ela nos procurou e explicou o projeto e a sua vontade de indicar o plantio na chácara onde residimos”, explica o pai. “Como somos vizinhos da Reserva Biológica da Contagem, na zona de amortecimento do Parque Nacional de Brasília, e como incentivamos toda atividade sustentável e de conservação ambiental fomos totalmente favoráveis à ideia”, ressalta. Para Rogério, na atual conjuntura econômico-ambiental do mundo, todos os pais responsáveis gostariam que seus filhos internalizassem valores ambientalmente corretos e a escola, por sua vez, tem essa mesma orientação ambientalmente correta. “A forma mais eficaz de educar é obtida com a participação efetiva e principalmente com exemplos concretos. Neste caso meus filhos, e ainda outros 60 alunos, tiveram uma oportunidade única de fazer algo efetivo para aumentar a sustentabilidadedo planeta”, emociona-se.
Fonte: Jornal da Comunidade (30/11 a 6/11/2013)