Na estreia da série Correio Braziliense no Enem, o primeiro fascículo traz exercícios sobre linguagens, códigos e suas tecnologias. Esse conteúdo será cobrado no segundo dia do exame nacional, em 9 de novembro.
A corrida para se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está na reta final para os mais de 8,7 milhões de estudantes que farão as provas em 8 e 9 de novembro. A série de fascículos Correio Braziliense no Enem estreia com um simulado de 30 questões sobre Linguagens, códigos e suas tecnologias. O caderno de estudos que você recebe hoje é o primeiro de oito que serão publicados nas próximas terças-feiras. O material é parceria do Correio com o Sistema Ari de Sá de Ensino (SAS), presente em mais de 230 escolas brasileiras, e patrocínio do Centro Educacional Leonardo da Vinci.
Depois de responder às questões, é possível conferir o gabarito e todos os itens comentados por professores do Sistema Ari de Sá no site do Eu, Estudante. Os interessados também podem assistir a 20 minutos de videoaula com resolução de algumas questões e comentários. O professor de língua portuguesa João Filho, do colégio Ari de Sá Cavalcante, de Fortaleza, é o responsável pela videoaula deste módulo. “Todo o conteúdo foi desenvolvido com base na matriz de referência do Enem. No caso da prova de Linguagens, códigos e suas tecnologias, são consideradas nove competências e 30 habilidades. Os vídeos serão pílulas rápidas; comentaremos o que costuma ser mais cobrado no exame”, explica.
As competências e habilidades a que se refere João Filho estarão também discriminadas, de forma resumida, antes do enunciado de cada questão (veja Disciplinas). A ideia é que os alunos se acostumem ao método de elaboração da prova. Diferentemente de exames convencionais, formulados a partir de uma lista de conteúdos, o Enem está estruturado em objetos do conhecimento, que exploram as aplicações e as finalidades práticas do que é estudado. “A interseção entre competências, habilidades e conteúdos, que é a proposta dos objetos de conhecimento, exige postura crítica de quem resolve a prova. Na hora de estudar, valem sempre as perguntas: para que isso serve e com que pode ser relacionado?”, esclarece João Filho.
No Enem, a prova de Linguagens, códigos e suas tecnologias é composta por questões de seis áreas: língua portuguesa, literatura, língua estrangeira, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação. Os exercícios foram desenvolvidos, sobretudo, com base no último eixo: tecnologias, avanços e novos produtos. João Filho aposta no conteúdo como destaque no Enem deste ano. “Os textos advindos das novas tecnologias, como os presentes em e-mails e blogues, mostram uma variante da língua padrão, chamada internetês. Essa linguagem é muito rápida e eficaz, e sua análise provavelmente será cobrada no exame.”
O suplemento de hoje contempla, ainda, questões de estudos literários e interpretação textual. O foco será a polissemia — capacidade de interpretar o mesmo texto de diferentes formas. João Filho recomenda que o caderno de questões seja resolvido em duas horas. Segundo o docente, o cálculo do tempo é feito de acordo com a média sugerida pelos professores de que cada problema não ultrapasse quatro minutos para solução. “Como a prova é elaborada a partir de um banco de questões, há sempre o risco de que muitas delas, com textos-base que exigem maior tempo para resolução, estejam em um mesmo caderno”, justifica.
A voz dos estudantes
Alunos do 3º ano do ensino médio do Centro de Ensino Médio Setor Oeste (Cemso), Monara Maciel, 17 anos, Felipe Martins, 18, e Yohanan Amaral, 17, vão aproveitar o fascículo Correio Braziliense no Enem para se prepararem. Monara faz cursinho preparatório e percebe que as tecnologias têm sido assunto recorrente. A estudante se recorda da redação da prova de um vestibular que ela define como experiência desastrosa. “A viagem para Marte foi o assunto. Nunca imaginei que esse fosse ser o tema. Eu fui muito mal nessa parte. Depois disso, fiquei mais atenta às tecnologias”, comenta. Monara também pretende focar em atualidades para enfrentar a prova de Linguagens, códigos e suas tecnologias. “Acho que podem ser cobrados conhecimentos sobre a crise da Ucrânia, as eleições e os governos, a Copa do Mundo, o conflito entre Israel e Palestina e o desemprego, principalmente na redação”, aposta.
Para não fazer feio, Felipe investe em simulados. “Neles, a gente pode errar. No dia da prova, não.” Ele percebe que as respostas estão, muitas vezes, nos próprios enunciados — por isso, é tão importante ler e interpretar com bastante atenção. “Na verdade, os textos-base que antecedem as alternativas, além dos próprios enunciados, acabam ajudando a responder outras questões da prova, não só aquelas que encabeçam”, diz. Yohanan acredita que o fascículo Correio Braziliense no Enem será um divisor de águas na reta final de estudos. “Não tivemos simulado este ano na escola ainda, e o fascículo vai me ajudar a me preparar melhor. Os simulados funcionam para sentir a pressão do dia da prova. Não dá para ir bem sem esse tipo de preparação. Se não fosse isso, eu só poderia me preparar por meio de provas passadas”, conta Yohanan.
Para saber mais
Disciplinas
Além do fascículo de hoje, o conteúdo Linguagens, códigos e suas tecnologias também será abordado intensivamente no quinto suplemento Correio Braziliense no Enem, a ser publicado em 7 de outubro. A temática está relacionada a seis disciplinas: língua portuguesa, literatura, língua estrangeira (o aluno escolhe entre inglês e espanhol), artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação. No Enem, a prova será composta por 45 questões de múltipla escolha mais uma redação e será aplicada no segundo dia do exame (9 de novembro), com Matemática e suas tecnologias. A área envolve uma série de competências e habilidades necessárias para relacionar a matéria ensinada em sala de aula — como a escrita literária — com o contexto histórico, social e político.
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Qual a dica para resolver o simulado?
Cronometrar o tempo e depois dividir pelo número de questões. Isso gera pressão no estudante e ajuda a fazer com que ele adquira maior agilidade. Vale lembrar que o tempo médio sugerido para a solução de cada exercício é de três a quatro minutos. Outra possibilidade é resolver o caderno de questões aos poucos e estudar os conteúdos a partir dos itens que errou ou que apresentaram dificuldade.
Vale a pena estudar com base nas competências e habilidades do edital?
A preparação para o Enem depende muito da forma como cada um gosta de estudar. Encarar a prova a partir das habilidades do edital permite que o aluno consiga ter mais foco. As competências podem auxiliar a apontar as dificuldades de maneira mais adequada também.
O que os alunos podem esperar da prova de Linguagens, códigos e suas tecnologias este ano?
Sem querer generalizar, mas o Enem, diferentemente dos vestibulares tradicionais, não tem uma cara: todos os anos, a prova vem de um jeito novo. Podemos esperar algumas temáticas clássicas, como as diferenças entre as normas padrão e popular, os tipos de linguagens da internet e as transformações proporcionadas pela informática. Como não há uma lista de livros obrigatórios, as questões de literatura são, em geral, muito amplas também.
Fonte: Eu, estudante