A tecnologia surgiu como um problema na sala de aula. A proibição do uso de equipamentos eletrônicos gerava tensões entre professores e alunos. Hoje, esse tipo de ferramenta se tornou um desafio para o docente e abriu a possibilidade de expandir os limites da escola e de engajar o aluno.
Hamilton Werneck, especialista em administração escolar e em orientação educacional, destaca que, por meio da rede, é possível propor desafios, mandar mensagens de incentivo e ampliar discussões. “Essa é a melhor ferramenta que existe para se ganhar tempo. Com um clique ou dois, você fala com todos”, acrescenta.
Logo que começou a dar aulas de sociologia, Bruno Borges, 25 anos, percebeu que a escola, em vez de se afastar, deveria usar as redes sociais em seu favor. “Enquanto a educação negar esse espaço de interação, ela vai ficar para trás”, afirma. Em 2013, ele criou uma página no Facebook, que tem mais de 10 mil curtidas. Na rede social, Bruno indica leituras, vídeos e posta comentários sobre assuntos atuais.
Hannah Parnes, 16 anos, aluna de Bruno do 3º ano do ensino médio, participa das discussões na internet. “O perfil permite que você veja a notícia ou o assunto e já tenha a capacidade de relacioná-lo com aquilo que é visto em sala”, relata.
“Essa parte da atualidade e do debate ajudam muito na redação, porque sempre estou usando argumentos de sociólogos como Durkheime e Weber”, conta Para Paula Barbirato, 17, ex-aluna de Bruno que acaba de ser aprovada no curso de ciências sociais da Universidade de Brasília (UnB).
A página do Eu, Estudante no Facebook — site de educação do Correio — tem mais de 19 mil curtidas e também ajuda a manter alunos e professores atualizados sobre notícias da área.
Promover esse tipo de debate é uma maneira de mostrar que as redes sociais podem ser espaço de aprendizado. “Quando você coloca sua opinião para o público, você cria uma cultura de debate democrático e transparente, o que é vantajoso para a formação dos estudantes e para a rede social como um todo”, afirma Bruno.
Fonte: Correio Web