Faltando pouco menos de um mês para o início das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorrem em 3 e 4 de novembro, é hora de intensificar a preparação para o fim de semana de avaliações. Os pontos obtidos no exame não são utilizados como equivalente ao vestibular pela Universidade de Brasília (UnB), que se vale do Enem somente para preencher as vagas remanescentes. Muitos alunos da cidade, contudo, estão levando a prova a sério, e contam com o processo seletivo para terem acesso às outras universidades do país.
Para dar uma força aos estudantes que vão participar da seleção, o Eu, Estudante reuniu dicas de vários professores de escolas de ensino médio e cursos pré-vestibular. Segundo Ricardo Magno, coordenador pedagógico de um colégio de Brasília, a adesão ao Enem tem aumentado a cada ano. “Antes, o aluno da cidade não dava tanto valor ao exame por não ser utilizado como forma de ingresso na UnB. Mas com o uso massivo em outras grandes e boas universidades, os jovens passaram a se interessar muito mais”, diz.
No primeiro dia (3/11), serão feitas as provas de ciências humanas e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias. Para o professor de geografia Edvan Almeida, é fundamental que o candidato invista na leitura de documentos diversificados — como artigos de jornal e charges — que falem sobre as atualidades e ampliem o espectro de interpretação. “Muitos estudantes não estão acostumados a analisar criticamente o que leem, e isso é importantíssimo na prova do Enem”, avalia.
Além disso, Almeida lembra que a leitura de gráficos, dados e tabelas são habilidades que o aluno costuma ter dificuldades e que são recorrentes nas provas. O professor também recomendou atenção à localização no tempo e espaço das questões. “Saber de qual período fala o enunciado contribui para maior compreensão das situações descritas na prova.”
Conteúdo extenso
Outra disciplina presente no primeiro dia de provas é física. Apesar do extenso conteúdo, pois engloba todo o ensino médio, a matéria é cobrada no Enem de forma menos aprofundada que no vestibular da UnB. “É uma prova que prima por questões da física aplicada às situações do cotidiano, normalmente de resolução pouco complexa”, ressalta o professor Allan Borçani. De acordo com ele, do conteúdo relativo à calorimetria, costuma-se cobrar os conceitos básicos de termologia.
Entre os assuntos de eletricidade, questões de cálculo envolvendo potência elétrica e sistemas de resistência são as mais frequentes. Já em mecânica, o estudante pode esperar perguntas sobre transformações de energia. Borçani destaca também a necessidade de o candidato estar familiarizado com a prova. “O Enem costuma trazer textos longos, o que pode provocar a perda de tempo do aluno despreparado, que não treinou.”
Sustentabilidade
Para a prova de biologia, a professora Juliana Brandão destaca principalmente os temas ligados à ecologia e desenvolvimento sustentável, como desequilíbrio ambiental, aquecimento global e reforma do código ambiental. “Além disso, acabamos de sair da conferência Rio+20, que com certeza será tema de algumas questões, seja falando de propostas ou de assuntos específicos, como aquecimento global.”
Juliana também orienta para que os candidatos se preparem por meio de provas antigas e que assistam ao noticiário para ver quais são os temas discutidos atualmente. “Não basta apenas decorar nomes e dados, pois o Enem é uma avaliação que preza pela interdisciplinaridade”, lembra.
Da redação à matemática
No segundo dia (4/11), os estudantes fazem as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática e suas tecnologias, com duração de 5h30. Para o coordenador Ricardo Magno, a redação é um item de peso para o sucesso no Enem. “É, talvez, uma das maiores dificuldades que os candidatos têm e que, por vezes, não ganha a devida atenção.”
Para a professora doutora em língua portuguesa Vera Lúcia Pereira dos Santos, produzir um texto que seja bem-avaliado requer muitos cuidados. Ela recomenda que os candidatos organizem suas ideias antes de começar a escrever e façam um roteiro a ser seguido, com fatos e argumentos que defendam a opinião sobre o tema proposto. A gramática também merece atenção. “Além de escrever de modo lógico e objetivo, é preciso saber acentuar, ficar atento à concordância verbal e nominal, e lançar mão dos conectivos, que darão o encadeamento do texto.”
Outra dica para a redação é o uso com cautela de expressões como “eu acho” e “eu penso”. “Torne as frases leves e curtas, sem inversão da sequência de dados e opiniões usando linguagem simples”, diz.
Fonte: Correio Braziliense