Quem quer incentivar a experiência internacional dos filhos desde cedo e não topa um intercâmbio de um semestre escolar para o adolescente tem como opção os acampamentos de férias.
Os chamados "winter camp" e "summer camp" são programas de curta duração, que acontecem em janeiro e em julho, e aceitam adolescentes, geralmente entre 12 e 18 anos. O diferencial, em relação a programas de idioma tradicionais, é o convívio em grupo sob supervisão de monitores ou responsáveis na maior parte do tempo. O que, em tese, deixa os adultos brasileiros mais tranquilos.
Além de aulas de idioma, os programas costumam prever programação cultural durante todo o dia. O pacote normalmente tem translado do aeroporto, excursões, refeições e acomodação, além de seguro saúde para emergências. O custo médio do intercâmbio de duas semanas a três semanas é de US$ 3 mil (cerca de R$ 6 mil), sem contar a passagem, segundo consulta do UOL com agências de intercâmbio. .
Para os acampamentos, além de fazer as pontes comerciais a agência de intercâmbio também orienta os estudantes sobre como se comportar na Imigração do aeroporto ao entrar no país estrangeiro e no dia a dia.
“Antes da viagem, acontece de um ou outro estudante perguntar se pode levar o animal de estimação junto com ele”, conta a diretora da agência Oi Londres, Karina Spooner. A ela cabe o papel de “acalmar” os pais que ligam para a agência para checar como os filhos estão.
Pais adotivos
O mais comum nesse tipo de pacote é a hospedagem em casas de uma família local. Esses “pais adotivos” recebem os estudantes de outra nacionalidade e costumam sair coletivamente nos momentos de lazer.
“Deu para esquiar muito porque meus pais eram bem esportivos. Íamos esquiar toda semana”, conta Daniel Jyoji Nichiata, 16, que passou 45 dias no Canadá. “Valeu a pena. Quero viajar de novo, mas acho que agora só na faculdade.”
Mas a presença de pais adotivos e de monitores garante a segurança dos intercambistas? Sim e não. O UOL Educação ouviu relatos sobre roubos menores e festas com álcool e cigarro que aconteceram longe dos olhos dos responsáveis adotivos e dos supervisores. Essas ocorrências são raras, mas podem ocorrer.
Tradicionais ou nem tanto
De acordo com uma pesquisa feita pela BEX (Associação Brasileiras de Operadores de Viagens Educacionais e Culturais) com 71 operadoras, 167.432 estudantes do Brasil fizeram um curso no exterior em 2010, sendo a classe C emergente a alavancar os negócios. Os de férias ficaram atrás dos programas de ensino médio em instituições estrangeiras e de outros tipos de cursos de idioma.
Os três destinos mais procurados são os Estados Unidos, o Canadá e a Inglaterra, campeãs na preferência dos jovens brasileiros.
Há várias opções de temporada, que pode variar de duas a oito semanas. “O ideal é que os estudantes busquem informações e fechem o programa com um pouco menos de um ano de antecedência”, aconselha a diretora-geral Renata Said, da ExpoMundi. Isso porque, dependendo do país, o visto de entrada pode demorar a sair.
Fonte: UOL Educação