Publicação: 06/11/2013
Segundo pesquisa da Fundação Itaú, para 96% dos entrevistados incentivar crianças de até cinco anos a gostar de ler é muito importante
Eles são coloridos, emitem sons e contam com diferentes texturas. Muitas vezes, são disputados entre os pequenos e exibidos com orgulho em casa. Levados para cima e para baixo, os livros são ferramenta importante de educação e, quanto antes são introduzidos na vida da criança, melhor. Os pais podem- e devem- trabalhar em conjunto com a escola para estimular o hábito. Entre as vantagens, estão, por exemplo, o desenvolvimento do vocabulário, da criatividade, da escrita e da organização de ideias.
Uma Pesquisa realizada pela Fundação Itaú Social em parceria com o Instituto Datafolha e divulgado o fim do ano passado mostra que os pais estão preocupados em promover o hábito da leitura. Para 96% dos entrevistados incentivar crianças de até cinco anos a gostar de ler é muito importante (76%) ou importante (20%). O estudo aponta os motivos pelos quias a família dá tanta importância à leitura.
Para 54%, o hábito incentiva o desenvolvimento intelectual; para 36%, estimula valores éticos e; para 9%, prepara os pequenos para o mercado de trabalho. Além disso, a publicação enfatiza que cerca de quatro a cada dez entrevistados tiveram alguém que lesse livros para eles antes dos seus cinco anos.
Solange Cianni, psicopedagoga e escritora de literatura infantil, explica que é difícil criar o hábito de ler se a família não incentiva. “A criança aprende visualmente, o que você faz, ela vê, se torna exemplo e ela imita”,a valia. Cianni conta ainda que o leitor se forma desde pequeno por meio do exemplo em casa e pelo contato prazeroso com o livro. “Isso se dá com o toque, o cheiro, o bebê se apropria do conhecimento pelos sentidos. O livro que põe na boca, é um instrumento de leitura”, diz.
Atualmente, Cianni é diretora pedagógica de uma creche na Asa Norte. Lá, bebês de quatro meses já costumam ter contato com diferentes brochuras. E por mais pequenos que sejam já se encantam e se empolgam ao ouvir histórias e verem imagens coloridas. “O encantamento ao contar uma historia é fundamental, permite criar gosto por essa atividade”, diz.
O jeito, na hora do conto, é investir em fantoches, em histórias dramatizadas, fantasias e na própria imaginação do pimpolho. “A criança pede para repetir porque se transporta para o mundo da narrativa e, quando acaba, quer ir de novo para aquele lugar da imaginação”, comenta.
Entre as vantagens, estão o despertar da imaginação e da criatividade. Além disso, também permite desenvolver maior vocabulário, organizar as ideias, melhorar a escrita e estimular a concentração. Cianni, dá algumas dicas para os pais. O ideal é que a família faça desse momento um encontro prazerosos, sem pressa. Depois da leitura, é possível também partir para outras atividades, como desenhar algo que foi lido na narrativa ou fazer um lanche.
Outro fator importante é saber que narrativa comprar. “Nem sempre o livro bonito é o de qualidade. O mais importante é o conteúdo, se a história é positiva”, diz. Já para os menores, de seis meses a dois anos, o ideal são livros de vocabulário, com capa dura, coloridos e plastificados. “O material deve ser aquele que a criança possa manusear, sem criar qualquer tipo de estresse. O momento da leitura tem que ser prazeroso para ambas as partes”, completa.
Exemplo
Para a coordenadora de educação infantil Luciana Abrantes Vieira, o hábito da leitura é contagiante e a família tem papel importante nesse processo. “O exemplo dos pais, de lerem próximo aos seus filhos e realizarem a leitura de histórias para eles, vai trazer benefícios para a família e para as crianças porque esse momento estabelece vínculos afetivos que ajudarão no desenvolvimento emocional da criança e também proporcionará cultura, conhecimentos e valores”, diz. Vieira acrescenta ainda que a escola deve dar continuidade ao hábito da leitura. Além das leituras em salas de aula, pode levar alunos à bibliotecas, por exemplo.
A psicóloga escolar Kennia Macedo acredita que os pais estimulam mais o hábito da leitura hoje, se comparado há quinze anos atrás. “Os pais estudam mais, procuram saber mais da formação dos filhos e incentivam mais a leitura. Vejo filhos interessados e, com tecnologia, filhos querem saber o que está escrito no tablet e no celular”, conta.
Macedo também cita inúmeros benefícios. “Quando você lê historia para criança, ela trabalha a criativdade, os sentimentos, se coloca no lugar do personagem e sabe como resolver problemas, aprende a lidar com problemas, as historias ajudam muito nesse lado emocional”, avalia.
Fonte: Correio Braziliense