Publicação: 06/11/2013
A orientadora educacional do ensino fundamental I da unidade Taguatinga, Isabel Cristina Monnerat de Souza, e a orientadora do ensino médio também de Taguatinga, Gerlany Dantas Carvalhaes, contaram ao Jornal da Comunidade como o Centro Educacional Leonardo da Vinci prepara os alunos para uma nova fase escolar, por meio do projeto Transição. Confira a íntegra da materia, veiculada no último sábado (02/11), abaixo.
Assegurar que a criança ingresse mais cedo no sistema de ensino e prossiga nos estudos é a garantia do alcance de maior nível de escolaridade dos estudantes.
O ensino fundamental com duração de nove anos e matrícula obrigatória a partir dos seis anos de idade foi criado em 2006, por meio da Lei nº 11.274. Pela lei foi estabelecido o prazo até 2010 para a total implementação do ensino fundamental de nove anos. O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), da Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para Educação Básica (Dcoceb) e da Coordenação-Geral do Ensino Fundamental (COEF) tem desenvolvido ações no sentido de apoiar os sistemas de ensino.
Segundo a SEB, a ampliação do ensino fundamental para nove anos de duração era uma meta almejada para a política nacional de educação, há muitos anos. Contudo, ainda há muito o que planejar e estudar para que, com essa medida, melhorem as condições de equidade e de qualidade da educação básica.
Pelas orientações legais e normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), a data de ingresso das crianças é a partir dos seis anos de idade, completos ou a completar até o início do ano letivo, conforme estabelecido pelo respectivo sistema de ensino. Em vários países, o sistema de nove anos já é uma prática. Os três anos iniciais, que são de alfabetização, se complementam. Por isso, especialistas dizem que, ao entrar com seis anos na escola, dá mais tempo para a adaptação. Eles acreditam também que, nessa idade, as crianças já têm condições de aprender a ler e a escrever, porém de uma forma mais gradual, com espaço para brincadeiras. Aí, quando elas forem para o segundo ano é que vão precisar se concentrar mais para escrever histórias e ler livros mais longos.
Processo de transição
Toda mudança gera expectativa, e o novo ensino está fazendo com que os alunos entrem mais cedo nas escolas. Muitas famílias acreditam que a criança com seis anos ainda não tem maturidade. Mas os professores defendem que não tem problema nenhum começar o colégio mais cedo.
Claudia Honda coordenadora do 6º ao 9º ano do Centro de Ensino Maristinha, unidade da Asa Sul, comentou que com a vigência da lei, o processo de transição aconteceu progressivamente e a unidade chegou a ficar com os dois sistemas de ensino, com a chegada dos novos alunos juntamente com os antigos. “A novidade causou em alguns pais um pouco de insegurança, pois a criança de seis anos tem muitas características infantis, mas a adaptação foi sempre com muito cuidado, transparecendo tranquilidade para os pais”, contou Claudia.
O Centro Educacional Leonardo da Vinci criou o projeto transição. O projeto promove atividades para uma passagem tranquila do 9º ano para o ensino médio. As mudanças são muitas na rotina escolar dos estudantes que passam do ensino inicial para o fundamental e também para os que passam do fundamental para o ensino médio.
O projeto prepara os alunos para as mudanças que estão por vir e, assim, minimiza os possíveis impactos psicológicos e de rendimento, que são muito comuns neste processo. Segundo a orientadora educacional do ensino fundamental I da unidade Taguatinga, Isabel Cristina Monnerat de Souza, desde meados de maio deste ano, pequenas mudanças vêm sendo inseridas na rotina desses estudantes, a fim de promover a ambientação.
“São promovidas atividades especiais com os alunos, como aulas especiais com os professores do 6º ano e a confraternização, onde os alunos têm a oportunidade de, na hora do intervalo, lancharem com seus futuros professores e os conhecer melhor, tirando dúvidas e curiosidades”, conta Isabel.
Gerlany Dantas Carvalhaes, orientadora do ensino médio comentou sobre a aplicação do projeto na unidade de Taguatinga que terá duas etapas, a primeira será o depoimento dos ex-alunos da escola que contarão suas experiências adquiridas no mercado de trabalho e outras. A segunda etapa é um bate-papo com alunos do ensino médio que falarão sobre suas vivências e erros cometidos por medos ou falta de experiência. “Acredito que os alunos do nono ano precisam vir corajosos e dispostos a enfrentar todos os desafios propostos porque são corajosos”, declara Gerlany.
Adaptação das escolas do DF
De acordo com a Secretaria de Educação do Distrito Federal, o Distrito Federal possui hoje 386 unidades escolares dos anos iniciais do ensino fundamental, distribuídas em 14 Coordenações Regionais de Ensino (CRE), em que conste a implantação do ensino fundamental de 9 anos. A primeira regional de ensino a implantar o ensino fundamental de 9 anos foi a Coordenação Regional de Ensino de Ceilândia, em 2005, e nas 13 demais regionais gradativamente até 2008.
Fonte: Jornal da Comunidade