Maior sensibilização da população e construção de uma ferramenta mais eficiente de relacionamento está entre os desafios do movimento social
Todos conectados em uma só causa, a ambiental. É assim que funciona a Rede Povos da Floresta, um movimento social que congrega comunidades tradicionais e indígenas de todo o país, motivadas pelo ideal de preservação do meio ambiente, da cultura e dos territórios nacionais.
A história da Rede data de 2003, instaurando uma nova geração da chamada Aliança dos Povos da Floresta, que reunia índios e seringueiros, liderados por Chico Mendes e Ailton Krenak, que até hoje está à frente da coordenação do movimento.
Os esforços da Rede são focados na preservação do meio ambiente e de todo o seu contexto: fauna, flora, recursos naturais, culturais e seu habitante. A esses se somam ações ambientais e de reflorestamento, conduzidas junto às comunidades tradicionais da Região Amazônica.
“A Rede fomenta conceitos de ecologia solidária, educação cultural e monitoramento de território entre representações dentro e fora do movimento”, explica o coordenador.
Para que ideias e iniciativas sejam compartilhadas em todo o Brasil, a Rede investe na infraestrutura de comunicação e informação, inclusão digital e intercâmbio, além de recursos como georreferenciamento, radiofonia e acesso à internet, importantes aliados na defesa do território, garantindo agilidade para a realização de denúncias contra práticas exploratórias ilegais ou abusivas.
“A manutenção da comunicação é essencial para a articulação entre as muitas unidades da rede, que têm total autonomia entre si, com seus comitês gestores local. Mas é importante que haja a troca de informação e cultura entre os povos”, acrescenta Krenak.
A Rede também apoia diretamente a promoção e a valorização dos produtos e serviços sustentáveis dessas populações, gera renda e fortalece a identidade cultural. A conexão via satélite é uma ferramenta de acesso para a participação de lideranças e agentes comunitários na sociedade da informação.
“Uma das propostas do movimento é estimular atividades sustentáveis, distanciadas de práticas de garimpo e madeireira, que tanto tentamos combater”, conta.
Os encontros promovidos pela Rede, chamados de Rodas de Conversa, valorizam as tradições orais de contar histórias e trocar experiências e sabedorias. As diversas lideranças têm oportunidade de se encontrar e de se reconhecer como aliados em um mesmo movimento, com suas peculiaridades e desafios comuns.
Fonte: Globo Educação