Algumas escolas no período de férias dão para seus alunos a incumbência de lerem um livro. Após cinco meses de muito trabalho, nem sempre é a atividade à qual querem se dedicar. A intenção, muitas vezes, é a de que não percam o ritmo nesse período, para quando retornarem às aulas não estarem lentos.
A ideia a princípio pode parecer boa, mas não tem muito sentido. Afinal, férias é um período de descanso e de dar um tempo nas obrigações do dia a dia, de justamente perder o ritmo. De ficar de papo para o ar e fazer coisas mais na esfera do prazer.
Assim, pode-se propiciar o “recarregamento” das energias. Pensando na aprendizagem, permitir que tudo aquilo que foi aprendido, ou boa parte, seja organizado em nossos esquemas mentais. Não basta nos alimentarmos de tantas informações, temos que ter um tempo para digeri-las.
Quando estamos muito cansados mentalmente, principalmente depois de cinco meses de estudo, nota-se uma queda no rendimento. A aprendizagem fica mais lenta e a criatividade parece sumir. Na volta às aulas, apesar da falta de ritmo, algo rapidamente recuperado, a tendência é aprender com mais facilidade.
Basta observar o preparo para uma avaliação. Na tentativa de estudar muito, entra-se pela madrugada com os livros. Na maioria das vezes, o aproveitamento é pequeno (cada um é um – para alguns esse é o melhor horário para estudar). Caso respeitem o sono, após dormirem uma noite inteira, no outro dia o estudo rende mais. A mente, assim como o corpo, cansa e precisa se recompor.
Apesar de tudo isso, não há problema algum em ler um livro nas férias. Pelo contrário. Alguns as aproveitam para colocar suas leituras em dia. Encontram nesses momentos um modo de descansarem.
Assim como não há nenhum inconveniente em sugerir aos alunos que leiam nesse período. Sem que os obrigue a isso, pois um dos desafios dos educadores hoje é justamente o de estimular a leitura.
Obrigá-los a ler, ainda mais num país como o nosso, em que não há esse hábito, é um convite para se fazer o contrário. A leitura pode ficar associada a algo ruim, a um castigo. Afinal, não tem sentido algum ser obrigado a ler nas férias. Parece castigo mesmo.
Se os professores querem que seus alunos pratiquem a leitura, o melhor caminho é cultivar o prazer que ela pode proporcionar. Sugiram que leiam, indiquem livros que apreciam, instiguem a curiosidade deles. Na volta, abram um espaço para quem leu compartilhar sua experiência.
Quanto ao ritmo, fiquem tranquilos. Após um bom tempo de descanso, e um mês é suficiente para isso, eles voltarão com força total.
Fonte: Portal Educação
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