As disciplinas de português e matemática constituem a base do trabalho das aulas de reforço na Escola Municipal Manoel Bandeira, no município paranaense de Campo Mourão, a 477 quilômetros de Curitiba. Ambas apresentam mais dificuldades para os estudantes da instituição, que tem 560 alunos matriculados, da educação infantil ao ensino fundamental.
Os estudantes com defasagem no conhecimento ou dificuldades em acompanhar o conteúdo trabalhado em sala de aula são encaminhados a aulas de reforço pela professora regente da turma. “Encaminho os alunos que apresentam baixo rendimento nas disciplinas de português e matemática ou que estejam com conteúdo defasado por dificuldades de assimilação ou por motivo de transferência escolar”, explica a professora Maria Rita Roza da Silva. Graduada em geografia, com pós-graduação em psicopedagogia institucional, ela está no magistério há 11 anos.
As atividades ocorrem duas vezes por semana, no período do contraturno escolar. Os estudantes são reunidos em grupos com no máximo 10 componentes, de acordo com a faixa etária. É uma forma de facilitar o trabalho da professora de reforço e de melhorar a convivência entre os alunos.
“A participação nas aulas de reforço não é obrigatória”, esclarece a professora Ana Aparecida Morsch, diretora da escola desde 2002. Porém, quando os pais são informados sobre a necessidade e a importância dessas aulas para a melhoria do rendimento escolar, os alunos comparecem assiduamente. Segundo ela, os estudantes não veem as atividades extras como castigo ou compensação, mas como uma possibilidade de obter sucesso na aprendizagem.
De acordo com a diretora, a professora do reforço escolar não é a mesma que leciona na turma regular, embora atue na mesma unidade de ensino. Graduada em geografia, com pós-graduação em educação infantil e séries iniciais, Ana Aparecida tem 25 anos de magistério.
Dinâmica — Professora de reforço, Vera Lúcia Varolo Bello observa que a dinâmica das aulas torna diferente a abordagem para o estudante. “Isso motiva a participação e aumenta a autoestima, gerando responsabilidade e tornando prazeroso o ato de ensinar e consequentemente de aprender”, afirma.
Outro benefício lembrado por Vera Lúcia é o atendimento individualizado e personalizado aos alunos, o que favorece o esclarecimento de dúvidas e a retomada de ideias e conceitos ainda não dominados. Além disso, a professora cita a manipulação de materiais concretos e a utilização de jogos e materiais pedagógicos que estimulam o pensar. A sala de reforço escolar é equipada com brinquedos e materiais pedagógicos variados, computador e impressora.
Professora há 20 anos, Vera Lúcia é graduada em pedagogia — orientação educacional —, com pós-graduação em supervisão escolar e formação em tecnologias de informação e comunicação acessível. Ela dá aulas de reforço a alunos do segundo ao quinto ano do ensino fundamental.
Avaliação — Ao final de cada bimestre, a equipe pedagógica da escola avalia o trabalho docente realizado e verifica o rendimento escolar dos alunos. “Constatamos que o reforço escolar tem colaborado para a melhoria do nível de aprendizagem”, salienta Vera Lúcia.
Na visão da professora Maria Rita, o reforço escolar contribui para o desenvolvimento da aprendizagem, melhora o rendimento dos alunos e facilita o trabalho da regente de turma quanto à apresentação do conteúdo. Além disso, eleva a autoestima dos estudantes e os torna mais autônomos, participativos e motivados.
Fonte: Correio Braziliense
http://www2.correiobraziliense.com.br/euestudante/noticias.php?id=31227